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sábado, 18 de junho de 2011

O Pentagrama


O Pentagrama

Desde os primórdios da humanidade, o ser humano sempre se sentiu envolto por forças superiores e trocas energéticas que nem sempre soube identificar. Sujeito a perigos e riscos, teve a necessidade de captar forças benéficas para se proteger de seus inimigos e das vibrações maléficas. Foi em busca de imagens, objetos, e criou símbolos para poder entrar em sintonia com energias superiores e ir ao encontro de alguma forma de proteção.

Dentre estes inúmeros símbolos criados pelo homem, se destaca o pentagrama, que evoca uma simbologia múltipla, sempre fundamentada no número 5, que exprime a união dos desiguais. As cinco pontas do pentagrama põem em acordo, numa união fecunda, o 3, que significa o principio masculino, e o 2, que corresponde ao princípio feminino. Ele simboliza, então, o andrógino. O pentagrama sempre esteve associado com o mistério e a magia. Ele é a forma mais simples de estrela, que deve ser traçada com uma única linha, sendo conseqüentemente chamado de "Laço Infinito".

A potência e associações do pentagrama evoluíram ao longo da história. Hoje é um símbolo onipresente entre os neopagãos, com muita profundidade mágica e grande significado simbólico. Um de seus mais antigos usos se encontra na Mesopotâmia, onde a figura do pentagrama aparecia em inscrições reais e simbolizava o poder imperial que se estendia "aos quatro cantos do mundo". Entre os Hebreus, o símbolo foi designado como a Verdade, para os cinco livros do Pentateuco (os cinco livros do Velho Testamento, atribuídos a Moisés). Às vezes é incorretamente chamado de "Selo de Salomão", sendo, entretanto, usado em paralelo com o Hexagrama.

Na Grécia Antiga, era conhecido como Pentalpha, geometricamente composto de cinco As.

Pitágoras, filósofo e matemático grego, grande místico e moralista, iniciado nos grandes mistérios, percorreu o mundo nas suas viagens e, em decorrência, se encontram possíveis explicações para a presença do pentagrama, no Egito, na Caldéia e nas terras ao redor da Índia. A geometria do pentagrama e suas associações metafísicas foram exploradas pelos pitagóricos, que o consideravam um emblema de perfeição. A geometria do pentagrama ficou conhecida como "A Proporção Dourada", que ao longo da arte pós-helênica, pôde ser observada nos projetos de alguns templos.

Para os agnósticos, era o pentagrama a "Estrela Ardente" e, como a Lua crescente, um símbolo relacionado à magia e aos mistérios do céu noturno. Para os druidas, era um símbolo divino e, no Egito, era o símbolo do útero da terra, guardando uma relação simbólica com o conceito da forma da pirâmide. Os celtas pagãos atribuíam o símbolo do pentagrama à Deusa Morrigan.

Os primeiros cristãos relacionavam o pentagrama às cinco chagas de Cristo e, desde então, até os tempos medievais, era um símbolo cristão. Antes da Inquisição não havia nenhuma associação maligna ao pentagrama; pelo contrário, era a representação da verdade implícita, do misticismo religioso e do trabalho do Criador.

O imperador Constantino I, depois de ganhar a ajuda da Igreja Cristã na posse militar e religiosa do Império Romano em 312 d.C., usou o pentagrama junto com o símbolo de chi-rho (uma forma simbólica da cruz), como seu selo e amuleto. Tanto na celebração anual da Epifânia, que comemora a visita dos três Reis Magos ao menino Jesus, assim como também a missão da Igreja de levar a verdade aos gentios, tiveram como símbolo o pentagrama, embora em tempos mais recentes este símbolo tenha sido mudado, como reação ao uso neopagão do pentagrama.

Em tempos medievais, o "Laço Infinito" era o símbolo da verdade e da proteção contra demônios. Era usado como um amuleto de proteção pessoal e guardião de portas e janelas. Os Templários, uma ordem militar de monges formada durante as Cruzadas, ganharam grande riqueza e proeminência através das doações de todos aqueles que se juntavam à ordem, e amealhou também grandes tesouros trazidos da Terra Santa. Na localização do centro da "Ordem dos Templários", ao redor de Rennes du Chatres, na França, é notável observar um pentagrama natural, quase perfeito, formado pelas montanhas que medem vários quilômetros ao redor do centro.

Há grande evidência da criação de outros alinhamentos geométricos exatos de Pentagramas como também de um Hexagrama, centrados nesse pentagrama natural, na localização de numerosas capelas e santuários nessa área. Está claro, no que sobrou das construções dos Templários, que os arquitetos e pedreiros associados à poderosa ordem conheciam muito bem a geometria do pentagrama e a "Proporção Dourada", incorporando aquele misticismo aos seus projetos.

Entretanto, a "Ordem dos Templários" foi inteiramente dizimada, vítima da avareza da Igreja e de Luiz IX, religioso fanático da França, em 1.303. Iniciaram-se os tempos negros da Inquisição, das torturas e falsos-testemunhos, de purgar e queimar, esparramando-se como a repetição em câmara-lenta da peste negra, por toda a Europa.

Durante o longo período da Inquisição, havia a promulgação de muitas mentiras e acusações em decorrência dos "interesses" da ortodoxia e eliminação de heresias. A Igreja mergulhou por um longo período no mesmo diabolismo ao qual buscou se opor. O pentagrama foi visto, então, como simbolizando a cabeça de um bode ou o diabo, na forma de Baphomet, e era Baphomet quem a Inquisição acusou os Templários de adorar. Também, por esse tempo, envenenar como meio de assassinato entrou em evidência. Ervas potentes e drogas trazidas do leste durante as Cruzadas, entraram na farmacopéia dos curandeiros, dos sábios e das bruxas.

Curas, mortes e mistérios desviaram a atenção dos dominicanos da Inquisição, dos hereges cristãos, para as bruxas pagãs e para os sábios, que tinham o conhecimento e o poder do uso dessas drogas e venenos. Durante a purgação das bruxas, outro deus cornudo, como Pan, chegou a ser comparado com o diabo (um conceito cristão) e o pentagrama - popular símbolo de segurança - pela primeira vez na história, foi associado ao mal e chamado "Pé da Bruxa". As velhas religiões e seus símbolos caíram na clandestinidade por medo da perseguição da Igreja e lá ficaram definhando gradualmente, durante séculos. As sociedades secretas de artesãos e eruditos, que durante a inquisição viveram uma verdadeira paranóia, realizando seus estudos longe dos olhos da Igreja, já podiam agora com o fim do período de trevas da Inquisição, trazer à luz o Hermetismo, ciência doutrinaria ligada ao agnosticismo surgida no Egito, atribuída ao deus Thot, chamado pelos gregos de Hermes Trismegisto, e formada principalmente pela associação de elementos doutrinários orientais e neoplatônicos. Cristalizou-se, então, um ensinamento secreto em que se misturavam filosofia e alquimia, ciência oculta da arte de transmutar metais em ouro. O simbolismo gráfico e geométrico floresceu, se tornou importante e, finalmente, o período do Renascimento emergiu, dando início a uma era de luz e desenvolvimento.

Um novo conceito de mundo pôde ser passado para a Europa renascida, onde o pentagrama (representação do número cinco), significava agora o microcosmo, símbolo do Homem Pitagórico que aparece como uma figura humana de braços e pernas abertas, parecendo estar disposto em cinco partes em forma de cruz; o Homem Individual. A mesma representação simbolizava o macrocosmo, o Homem Universal - dois eixos, um vertical e outro horizontal, passando por um mesmo centro. Um símbolo de ordem e de perfeição, da Verdade Divina. Portanto, "o que está em cima é como o que está embaixo", como durante muito tempo já vinha sendo ensinado nas filosofias orientais. O pentagrama pitagórico - que se tornou, na Europa, o de Hermes, gnóstico - já não aparece apenas como um símbolo de conhecimento, mas também como um meio de conjurar e adquirir o poder. Figuras de Pentagramas eram utilizadas pelos magos para exercer seu poder: existiam Pentagramas de amor, de má sorte, etc. No calendário de Tycho Brahe "Naturale Magicum Perpetuum" (1582), novamente aparece a figura do pentagrama com um corpo humano sobreposto, que foi associado aos elementos. Agripa (Henry Cornelius Von de Agripa Nettesheim), contemporâneo de Tycho Brahe, mostra proporcionalmente a mesma figura, colocando em sua volta os cinco planetas e a Lua no ponto central (genitália) da figura humana. Outras ilustrações do mesmo período foram feitas por Leonardo da Vinci, mostrando as relações geométricas do Homem com o Universo. Mais tarde, o pentagrama veio simbolizar a relação da cabeça para os quatro membros e conseqüentemente da pura essência concentrada de qualquer coisa, ou o espírito para os quatro elementos tradicionais: terra, água, ar e fogo - o espírito representado pela quinta essência (a "Quinta Essentia" dos alquimistas e agnósticos).

Na Maçonaria, o homem microcósmico era associado com o Pentalpha (a estrela de cinco pontas). O símbolo era usado entrelaçado e perpendicular ao trono do mestre da loja. As propriedades e estruturas geométricas do "Laço Infinito" foram simbolicamente incorporadas aos 72 graus do Compasso - o emblema maçônico da virtude e do dever. Nenhuma ilustração conhecida associando o pentagrama com o mal aparece até o Século XIX. Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) ilustra o pentagrama vertical do homem microcósmico ao lado de um pentagrama invertido, com a cabeça do bode de Baphomet (figura panteísta e mágica do absoluto). Em decorrência dessa ilustração e justaposição, a figura do pentagrama, foi levada ao conceito do bem e do mal. Contra o racionalismo do Século XVIII, sobreveio uma reação no Século XIX, com o crescimento de um misticismo novo que muito deve à Santa Cabala, tradição antiga do Judaísmo, que relaciona a cosmogonia de Deus e universo à moral e verdades ocultas, e sua relação com o homem.

Não é tanto uma religião mas, sim, um sistema filosófico de compreensão fundamentado num simbolismo numérico e alfabético, relacionando palavras e conceitos. Eliphas Levi foi um expositor profundo da Cabala e instrumentou o caminho para a abertura de diversas lojas de tradição hermética no ocidente: a "Ordem Temporale Orientalis" (OTO), a "Ordem Hermética do Amanhecer Dourado" (Golden Dawn), a "Sociedade Teosófica", os "Rosacruzes", e muitas outras, inclusive as modernas Lojas e tradições da Maçonaria. Levi, entre outras obras, utilizou o Tarot como um poderoso sistema de imagens simbólicas, que se relacionavam de perto com a Cabala. Foi Levi também quem criou o Tetragrammaton - ou seja, o pentagrama com inscrições cabalísticas, que exprime o domínio do espírito sobre os elementos, e é por este signo que se invocavam, em rituais mágicos, os silfos do ar, as salamandras do fogo, as ondinas da água e os gnomos da terra ("Dogma e Ritual da Alta Magia" de Eliphas Levi).

A Golden Dawn, em seu período áureo (de 1888 até o começo da primeira guerra mundial), muito contribuiu para a disseminação das raízes da Cabala Hermética moderna ao redor do mundo e, através de escritos e trabalhos de vários de seus membros, principalmente Aleister Crowley, surgiram algumas das idéias mais importantes da filosofia e da mágica da moderna Cabala. Em torno de 1940, Gerald Gardner adotou o pentagrama vertical, como um símbolo usado em rituais pagãos. Era também o pentagrama desenhado nos altares dos rituais, simbolizando os três aspectos da deusa mais os dois aspectos do deus, nascendo, então, a nova religião de Wicca. Por volta de 1960, o pentagrama retomou força como poderoso talismã, juntamente com o crescente interesse popular em bruxaria e Wicca, e a publicação de muitos livros (incluindo vários romances) sobre o assunto, ocasionando uma decorrente reação da Igreja, preocupada com esta nova força emergente. Um dos aspectos extremos dessa reação foi causado pelo estabelecimento do culto satânico - "A Igreja de Satanás" - por Anton La Vay. Como emblema de sua igreja, La Vay adotou o pentagrama invertido (inspirado na figura de Baphomet de Eliphas Levi). Isso agravou com grande intensidade a reação da Igreja Cristã, que transformou o símbolo sagrado do pentagrama, invertido ou não, em símbolo do diabo. A configuração da estrela de cinco pontas, em posições distintas, trouxe vários conceitos simbólicos para o pentagrama, que foram sendo associados, na mente dos neopagãos, a conceitos de magia branca ou magia negra. Esse fato ocasionou a formação de um forte código de ética de Wicca - que trazia como preceito básico: "Não desejes ou faças ao próximo, o que não quiseres que volte para vós, com três vezes mais força daquela que desejaste." Apesar dos escritos criados para diferenciar o uso do pentagrama pela religião Wicca, das utilizações feitas pelo satanismo, principalmente nos Estados Unidos, onde os cristãos fundamentalistas se tornaram particularmente agressivos a qualquer movimento que envolvesse bruxaria e o símbolo do pentagrama, alguns wiccanianos se colocaram contrários ao uso deste símbolo, como forma de se protegerem contra a discriminação estabelecida por grupos religiosos radicais. Apesar de todas as complexidades ocasionadas através dos diversos usos do pentagrama, ele se tornou firmemente um símbolo indicador de proteção, ocultismo e perfeição. Suas mais variadas formas e associações em muito evoluíram ao longo da história e se mantêm com toda a sua onipresença, significado e simbolismo, até os dias de hoje. O Pentagrama é o símbolo de toda criação mágica. Suas origens estão perdidas no tempo. O pentagrama foi usado por muitos grupos de pessoas aos longo da História como símbolo de poder mágico. O Pentagrama é conhecido com a estrela do microcosmo, ou do pequeno universo, a figura do homem que domina o espírito sobre a matéria, a inteligência sobre os instintos. Na Europa Medieval era conhecido como "Pé de Druida" e como "Pé de Feiticeiro", em outras épocas ficou conhecido como "Cruz dos Goblins". O Pentagrama representa o próprio corpo, os 4 membros e a cabeça. É a representação primordial dos 5 sentidos tanto interiores como exteriores. Além disso, representa os 5 estágios da vida do homem:

Nascimento: o início de tudo

Infância: momento onde o indivíduo cria suas próprias bases

Maturidade: fase da comunhão com as outras pessoas

Velhice: fase de reflexão, momento de maior sabedoria

Morte: tempo do término para um novo início

O Pentagrama é o símbolo da Bruxaria. Os Bruxos usam um Pentagrama para representar a sua fé e para se reconhecerem. O Pentagrama é tão importante para um Wiccaniano, assim como uma cruz é importante para um cristão, ou como um Selo de Salomão é importante para um judeu. O Pentagrama representa o homem dentro do círculo, o mais alto símbolo da comunhão total com os Deuses. É o mais alto símbolo da Arte, pois mostra o homem reverenciando a Deusa , já que é a estilização de uma estrela (homem) assentada no círculo da Lua Cheia (Deusa). Cada uma das pontas possui um significado particular:

PONTA 1 - ESPÍRITO: representa os criadores , a Deusa e o Deus, pois eles guiam a nossa vida e nos ajudam na realização dos ritos e trabalhos mágicos. O Deus e a Deusa são detentores dos 4 elementos e estes elementos são as outras 4 pontas.

PONTA 2 - TERRA: representa as forças telúricas e os poderes dos elementais da terra, os Gnomos. É a ponta que simboliza os mistérios, o lado invisível da vida, a força da fertilização e do crescimento.

PONTA 3 - AR: representa as forças aéreas e os poderes dos Silfos. Corresponde à inteligência , ao poder do saber, a força da comunicação e da criatividade.

PONTA 4 - FOGO: representa a energia, a vontade e o poder das Salamandras. Corresponde às mudanças, às transformações. É a força da ativação e da agilidade.

PONTA 5 - ÁGUA: representa as forças aquáticas e aos poderes das Ondinas. Está ligada às emoções, ao entardecer, ao inconsciente. Corresponde às forças da mobilidade e adaptabilidade. Portanto, o Bruxo que detém conhecimento sobre os elementos usa o Pentagrama como símbolo de domínio e poder sobre os mesmos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Filosofia Wiccana


A filosofia básica da Antiga Religião fundamenta-se nos caminhos da Natureza, e a compreensão da espiritualidade pela humanidade é revelada por um sentido de comunidade saudável. É nessa estrutura sustentadora de códigos de conduta, cortesia comum e respeito pelos outros que a essência de nossa espiritualidade pode ser compreendida.

Essencialmente, a filosofia da Wicca emana da antiga visão de que tudo foi criado pelos Grandes Deuses (a partir da mesma fonte procriadora) e de que tudo possui uma “centelha divina” de seu criador. Na Criação, ensina-se que existem quatro “Reinos”: Mineral, Vegetal, Animal e Humano, cada um deles expressão ou manifestação da Consciência Divina. Almas individuais atravessam esses Mundos, adquirindo conhecimento e experiência, movendo-se rumo à reunião com a Fonte de Todas as Coisas. Num certo sentido, pode-se dizer que as almas vivenciando o plano físico são como sondas conscientes enviadas pelo Criador Divino. Da mesma forma, pode-se dizer que as almas são como os neurônios na mente do Divino Criador, entidades individuais que formam parte de um todo.

Embutida na criação física está a Lei da Causa e Efeito (sendo o “Karma” seu contraponto espiritual), que serve para manter tudo em um equilibrado movimento. O Karma faz com que a alma experimente os níveis de energia positiva e negativa que ela própria projeta a outras almas. Assim, através de muitas existências, a alma é temperada e moldada para que possa ser funcional nos Mundos Espirituais nos quais um dia habitará. De acordo com as crenças antigas, a alma pode encarnar fisicamente muitas vezes até se libertar do Ciclo do Renascimento.

Nos “bastidores” da existência física habitam as forças que animam o mundo. Os antigos se referiam a essas forças como os Reinos Elementais: Terra, Ar, Fogo e Água. Nessas Forças ou Reinos, os antigos viam seus agentes ativos como espíritos conscientes. Aos espíritos da Terra eles deram o nome de “Gnomos”; aos do Ar, de “Silfos”; aos do Fogo, “Salamandras”; e aos da Água, “Ondinas”. Tudo na Natureza foi criado e é mantido por um ou mais desses Elementos (e seus agentes). Eis por que os Elementais são chamados em rituais ou em magia, para que algo possa ser criado ou estabelecido (apesar de, nesse caso, nós assumirmos a condição de “Criador” que dirige a manifestação).

Todas as formas de vida são respeitadas na Antiga Religião. Tudo possui igual importância. A única diferença é que as coisas estão meramente em diferentes níveis de evolução dentro dos Quatro Reinos. Os humanos não são mais importantes do que os animais, que não são mais importantes do que as plantas e assim por diante. Vida é vida, não importa que forma física ela adote em um determinado tempo. Somos todos parte da mesma criação e tudo se conecta e se une.

A Natureza é considerada o Grande Mestre. Os Ensinamentos dos Mistérios nos dizem que a Fonte Divina depositou no tecido da Criação um reflexo do que a criou. Assim, as leis da Natureza são reflexos das Leis Divinas ou princípios, os quais operam numa dimensão acima e numa abaixo da natureza física. Destarte, os antigos cunharam a frase “assim na terra como no céu”.

Ao estudar os Caminhos da Natureza, obtém-se uma visão (por mais crua que seja) dos Caminhos Divinos e, a partir destes, podemos ver o retorno das estações (reencarnação) e as leis de causa e efeito (karma) ligados ao uso (bom ou mal) da terra, do ar, dos recursos naturais e das criaturas vivas. Esse é um dos propósitos dos rituais sazonais, pois tais ritos nos saturam e nos harmonizam com a essência concentrada da Natureza nesses períodos determinados. Quanto mais acumulamos nas marés sazonais da Natureza, mais nos tornamos iguais a ela. Ao nos tornarmos como a Natureza, fica mais fácil compreende-la.

Quando contemplamos os chamados Reinos Inferiores, vemos a cooperação entre diversos insetos, tais como formigas ou abelhas, e em muitos animais encontramos rebanhos ou matilhas, etc. (nisso podemos reconhecer o Caminho Divino do Espírito Grupal). Todas as almas experimentarão tanto o grupo quanto a individualidade, para que possam compreender a necessidade de autolimitação (como no compromisso e na cooperação). Um grupo de criaturas trabalhando em conjunto pode defender-se e suprir suas necessidades melhor do que uma criatura solitária. Na reflexão Divina desse princípio, vemos que uma alma se enriquece ao dar de si mesma a outra alma, e é isolada quando se posiciona acima de outra.

Todos já experimentamos o prazeroso sentimento de proporcionar bem-estar a outra pessoa, e o sentimento de culpa ou de egoísmo ao darmos mais importância a nós do que a um amigo ou ser amado. Todos experimentamos o sentimento de aceitação e reconhecimento num grupo, assim como a dor da rejeição. Até mesmo quando obtemos prazer ou alegria solitariamente sentimos a necessidade de compartilhar esse sentimento com outra pessoa de algum modo. Disso surge o ensinamento de servir aos outros, pois os Wiccanos sempre foram os conselheiros ou curandeiros locais.

No que concerne ao ensinamento do relacionamento de uma alma a outra, sabemos que os antigos criam numa raça de deuses que observavam e interagiam com a humanidade. Para os antigos, um deus podia representar qualquer força da natureza singular, aparentemente independente, cujas ações podiam se manifestar na forma de tempestades, tremores de terra, arco-íris, belas noites estreladas e assim por diante. À medida que o esclarecimento e a intelectualidade dos humanos cresceu, também cresceu o conceito dos deuses.

Os Wiccanos geralmente vêem seus deuses como Seres cuidadosos e benevolentes, num papel semelhante ao de um amável pai ou mãe (apesar de muitos Neo-Wiccanos encararem o Deus e a Deusa como conceitos metafísicos em vez de aspectos da Consciência Divina). Um pai ou uma mãe cuidam em certos aspectos de uma criança, mas devem basicamente ensinar a criança a se preparar para viver sua própria vida. Ao correr de seu relacionamento, a criança nem sempre entenderá os atos de seus pais. No entanto, ainda existirá uma relação, e esta requer compreensão mútua e comunicação para que um espírito amoroso floresça.

Por vezes, uma criança pode achar que o pai ou a mãe são injustos ou pouco amorosos, sem compreender que o pai deve estabelecer limites e regras de comportamento para o próprio bem da criança. Regras e limites existem na Natureza e são essenciais para a formação de raciocínio e comportamento maduros (“assim na terra como no céu”). Ainda assim, não é crença entre os Wiccanos que os deuses coloquem obstáculos ou tragédias no caminho dos humanos, tampouco que tenha o costume de testar a fé humana. É a lei do Karma, e o azar de fatos aleatórios, que manifestam o que compreendemos como as agruras e dificuldades da vida. São os deuses que se mantêm a nosso lado e nos auxiliam a encontrar a força de que precisamos para prosseguir.

Um dos maiores dogmas de crença na Antiga Religião é o de aceitar as responsabilidades por nossos próprios atos. Nós fazemos ou destruímos nossas próprias vidas, e ativamos ou desativamos nosso próprio “quinhão” na vida. Os Deuses estão a postos para nos auxiliar, mas nós é que devemos realizar o trabalhão. Até mesmo quando fatos aleatórios ou o Karma aparentemente nos alquebram, somente nós é que podemos lutar para continuar. A Natureza fornece as chaves para compreender esse processo a fim de que não fiquemos sós; essas chaves são encontradas nos Mistérios Wiccanos. Na verdade, os Ensinamentos Misteriosos da Wicca nos auxiliam a encontrar nosso caminho ao seguirmos o caminho batido dos que já passaram.

Os Wiccanos não podem depositar tudo nas mãos dos deuses e dizer: “Cuide disto agora”. Devemos ser responsáveis por nós mesmos e por nossas próprias ações (ou falta delas), pois, mais do que nunca, somos nós mesmos quem trouxemos a situação à sua manifestação. Quando nos conscientizamos disso, e agimos de acordo, então os deuses se aliam a nós. É desejo de nossos deuses que sejamos felizes em nossas vidas e que atinjamos nosso objetivos e ambições antes do fim de nosso período na terra.

Na Antiga Religião, a morte significa simplesmente a passagem de um mundo a outro. O corpo físico, como a vestimenta da alma, é descartado quando se desgasta ou é danificado permanentemente. O nascimento é a entrada da alma no mundo. E, “assim na terra como no céu”, os outros Mundos aparentemente possuem sua próprias versões de nascimento e morte.

Os ensinamentos nos dizem que deste mundo físico os Wiccanos passam a um mundo espiritual conhecido como Summerland (ou o Reino de Luna). Esse é um domínio astral metafísico de prados, lagos e bosques, onde é sempre verão. É um paraíso pagão repleto de amáveis criaturas das antigas lendas; os próprios deuses residem lá. Ainda assim, o objetivo espiritual máximo dos Wiccanos não é Summerland, mas a união original que eles a um tempo compartilharam com a Alma Grupal, habitando em unidade com a Divina Fonte de Todas as Coisas.

Essa união não é um lugar num plano astral, como o é Summerland, é, isso sim, um estado de ser. Esse é um dos motivos pelos quais reencarnamos, vivendo nossas diferentes existências ora como machos, ora como fêmeas, ora ricos, ora pobres, etc., numa sucessão de personalidades, aprendendo e crescendo, tomando ciência e respeitando as outras almas.. Esse tipo de espiritualidade cria uma vibração mais elevada no interior da alma, permitindo que ela escape do retrocesso à matéria física, inerente a uma vibração mais baixa.

De tudo o que os Wiccanos compreendem da ordem do mundo físico, surge um código básico de conduta:
• Se ninguém for prejudicado por uma ação sua (seja física, emocional ou espiritualmente), então aja como desejar na Vida, de acordo com sua Individualidade mais Elevada. Busque sua identidade e seu propósito.
• Quando alguém faz algo de bom para você, retribua o gesto bondoso fazendo algo de bom por outrem, para que a semente plantada dê fruto.
• Mantenha sua palavra e seus juramentos quando os empenhar.
• Não mate ser algum, exceto quando necessitar de alimento ou proteção.
• Reconheça e preste a devida reverência a seus deuses, observando todos os períodos e festivais sagrados.
• Não despreze as crenças de outrem, simplesmente ofereça o que acredita ser verdade.
• Busque viver em harmonia com os que discordam de você.
• Tente se conscientizar dos que estão a seu redor e encontre a compaixão em seu interior.
• Seja sincero com seus próprios conhecimentos e lute para se afastar do que se opõe dentro de você.
• Auxilie os outros de acordo com suas necessidades e de acordo com sua habilidade em dar de si mesmo.
• Respeite a Natureza e lute para viver em harmonia com Ela.

Os Dogmas da Crença Wiccana
A seguir examinaremos um dos principais dogmas da Crença Wiccana, tecendo paralelos com outras religiões mundiais.

Reencarnação
A reencarnação é a crença no renascimento de uma alma no plano físico após a morte. Esse ensinamento é um conceito importante na Wicca bem como em outras religiões, como o budismo, o hinduísmo, o janismo e o sikhismo. Entre os antigos gregos, era conhecida como palingenesis (“ser gerado novamente”) e era um ensinamento comum no orfeísmo.

Nos antigos cultos de mistérios do sul da Europa, ensinava-se que a alam sobrevive à morte física e posteriormente reencarna em outro humano ou outro mamífero, libertando-se por fim do Ciclo do Renascimento. Os antigos romanos registraram que doutrina semelhante era abraçada pelos druidas no norte do continente.

Os druidas acreditavam que a alma passava para o plano de Gwynvyd se os feitos dos indivíduos tivessem sido positivos. Se fossem da natureza malilgna, então a alma passaria para o plano de Abred. Em Gwynvyd, a alma ingressa num estado de bem-estaopriada à sua natureza após a morte. Em qualquer dos casos, os druidas acreditavam que a alma poderia retornar novamente a um corpo humano numa vida posterior.

Summerland
Os Wiccanos crêem num mundo “pós-vida” conhecido como Summerland, a Terra do Verão, no qual as almas repousam e se renovam antes de renascerem no mundo físico. Entre os cletas, esse mundo era normalmente conhecido como Tir nan Og, a Terra da Juventude Eterna. Ele é aludido no conhecido verso Wiccano O Chamado da Deusa.

... pois minha é a porta secreta que se abre para a Terra da Juventude, e minha é a taça com o vinho da vida, e o Caldeirão de Cerridwen, que é o Cálice Sagrado da Imortalidade.

Esse mundo é muito semelhante a outros presentes na mitologia britânica-celta. Nas lendas do Rei Arthur, encontramos o mundo da Ilha das Macieiras (conhecido como Avalon), onde habitam os reis e heróis mortos. Entre os druidas, havia um mundo similar conhecido como a Ilha de Sein ou a Ilha dos Sete Sonos (Enez Sizun). Todos possuem semelhanças com a Summerland dos Wiccanos.

Na Bruxaria do sul da Europa há um mundo chamado Luna, muito semelhante ao Summerland Wiccano. É um paraíso pagão repleto de criaturas mitológicas que habitam belos bosques e campos. Lá, as almas dos bruxos residem por algum tempo, encontrando-se com os Ancestrais que morreram antes deles, bem como o Deus e a Deusa.

O Deus e a Deusa
A Fonte de Todas as Coisas, também conhecida como o Grande Espírito, é geralmente personificada na crença Wiccana nas figuras de uma Deusa e de um Deus. Uma vez que a Wicca é uma religião natural, ela busca um equilíbrio entre o Masculino e o Feminino em seu conceito de Deidade. Há, porém, algumas tradições que concebem a Deidade apenas com uma Deusa, que contém as polaridades masculina e feminina em Si mesma. Um exemplo disso seria a Tradição de Diana. Muitos Neo-Wiccanos vêem a Deidade por uma filosofia mais oriental, encarando os Deuses como conceitos metafísicos independentes, associados aos ciclos do Karma e renascimento.

A Deusa na crença Wiccana representa a Grande Mãe dos antigos cultos matrifocais. É também vista como uma deusa tríplice conhecida como Donzela, Mãe e Anciã. O Deus é o Deus Cornífero das Florestas, o aspecto da fertilidade tão comum na antiga religião pagã. Em algumas tradições, ele é representado com chifres de bode, e em outras com chifres de gamo.

Assim na Terra como no Céu
Este ensinamento aborda a dimensão física como um reflexo de uma dimensão não-física superior. Tudo o que existe no mundo físico foi antes uma forma de energia numa dimensão superior que acabou por se manifestar no mundo da matéria física. A expressão física dessa forma ou conceito se torna mais densa (em todos os aspectos) à medida que penetra na dimensão física, e ainda assim reflete o conceito básico do princípio superior.

Nos Mistérios Egípcios, ensinava-se que “o que está abaixo é igual ao que está acima, e o que está acima é igual ao que está abaixo” (a Criação é da mesma natureza que o Criador). Esse conceito é válido não só para a manifestação da matéria física, mas também está contida nas Leis da Natureza e nos Princípios da Física. Eis por que, na teologia Wiccana, a Natureza é vista como o Grande Mestre e por que a Wicca se baseia na reverência à Natureza. É através de nossa compreensão da Natureza e de suas características que poderemos compreender os métodos dos Criadores que a tudo originaram, pois a natureza dos Criadores é refletida em suas criações, assim como o estilo de um artista pode ser identificado em sua arte.

A Antiga Religião contém certas leis e métodos, pois se baseia no projeto da Natureza (o qual, por sua vez, reflete a natureza daquilo que o criou – em outras palavras, a Consciência Divina). A filosofia oriental, de certo modo, prejudicou esse conceito da crença Wiccana, e hoje muitos Neo-Wiccanos desprezam a antiga estrutura e doutrina dos Ensinamentos Misteriosos. Eles optam pela filosofia oriental dos Princípios Cósmicos e, enquanto os Antigos Wiccanos adotam um deus e uma deusa conscientes, muitos Neo-Wiccanos adotam princípios metafísicos.

Dimensões Ocultas
O ocultismo Wiccano ensina que há sete planos ou dimensões que compõem a existência. A mais alta dimensão é o Plano Máximo (impossível de ser conhecido a partir de nossa natureza humana). O mais baixo é a Dimensão Física. Essencialmente, essas são as freqüências mais alta e mais baixa nas quais a energia vibra ou ressoa num senso metafísico.

A ordem tradicional na qual essas dimensões são apresentadas é a seguinte:
1. Máxima
2. Divina
3. Espiritual
4. Mental
5. Astral
6. Elemental
7. Física

Na realidade, ela não ocupam o espaço como por nós compreendido, e sua relação entre si não é literalmente uma acima ou abaixo da outra. Pode-se dizer que elas ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo, mas existem inúmeros estados diferentes de energia.

Causa e Efeito
Os Wiccanos crêem que tanto as energia as positivas quanto as negativas retornam (em aspecto semelhante) àquele que as origina. A isso costuma-se dar o nome de Lei Tríplice. Como “lei”, esse ensinamento diz que “tudo o que fizer retornará a você triplicado”. É muito semelhante aos Sistemas Místicos Orientais que ensinam o conceito de Karma. Os Neo-Wiccanos vêem a Lei Tríplice simplesmente como um princípio de “ação e reação” semelhante às Leis da Física. Os Ensinamentos dos Mistérios da Antiga Wicca o associam à deusa conhecida como Wyrd.

Magia
Na crença Wiccana, a Magia representa a habilidade de efetuar mudanças de acordo com o desejo ou a vontade pessoal. Na realidade, é a compreensão de como funcionam os mecanismos internos da Natureza (o assim chamado Sobrenatural), bem como a compreensão de como uma pessoa pode solicitar o auxílio de um espírito ou de uma deidade.

A verdadeira magia não é superstição nem magia popular, tal como os poderes atribuídos às ervas e ao encantamentos naturais. É a compreensão dos princípios metafísicos e de como empregá-los para manifestar seus desejos ou necessidades. Freqüentemente a magia requer a utilização de instrumentos preparados e estados de consciência estabelecidos.

Ética
Os Wiccanos basicamente acreditam na filosofia “viva e deixe viver”, sem violência, e tendem a tolerar as crenças e credos alheios. Existe uma bondade de espírito básica em grande parte dos Wiccanos, bem como um esforço em busca de uma coexistência pacífica com os que os rodeiam. Ainda assim, dão também atenção especial à sua individualidade e a suas necessidades pessoais, e não costumam “oferecer a outra face” quando agredidos.

Os Wiccanos evitam certas ações nem tanto por acreditarem num a possível punição como resultado, mas por utilizarem uma noção básica de certo e errado. É errado roubar, é errado ceifar uma vida sem necessidade, é errado ferir alguém intencionalmente. A conduta sexual é geralmente vista como uma questão pessoal, e na Wicca tradicional ninguém é julgado pelo modo como conduz seus assuntos pessoais.

O popular texto conhecido como a Rede Wiccana diz: “Se não prejudicas ninguém, faze o que desejas”. Alguns Wiccanos entendem que isso significa que uma pessoa pode fazer o que quiser, desde que ninguém seja prejudicado, livrando assim essa pessoa de qualquer dívida cármica. Essa não é exatamente a interpretação da Rede segundo a Doutrina dos Mistérios.

Fazer o que se deseja fazer significa, na verdade, descobrir o seu verdadeiro propósito e praticá-lo. Isso visa o bem-estar da pessoa, mas não o dano a outrem. Num sentido mais elevado, esse dogma Wiccano se relaciona ao Misticismo Oriental. É dever do neófito dominar seus sentidos físicos e ingressar no desprendimento. Uma vez que o aprendiz se eleve acima dos desejos e necessidades carnais, ele poderá observar o mundo com desprendimento e desse modo descobrir seu verdadeiro Propósito.

Nesse estágio não há inveja, cobiça ou ciúme, e assim a pessoa pode agir de acordo com o conhecimento de seu verdadeiro desejo puro, o qual naturalmente não acarreta danos aos demais, pois não se baseia em relacionamentos, prestígio pessoal ou ganhos pessoais dentro de uma sociedade. É o verdadeiro desejo de natureza divina no interior da pessoa, agindo de acordo com seu propósito nesta existência.

Ritual
O ritual é tanto um meio de culto quanto um método de comunicação com as deidades ou espíritos. É uma linguagem simbólica que permite acessar outras dimensões ou estados de consciência. O ritual também permite que nos afastemos de nossas personalidades mundanas e nos tornemos algo maior do que nós mesmos.

Na Wicca, os rituais foram criados para nos ligar às energias das mudanças sazonais de nosso planeta. Esses períodos de fluxos de energia são demarcados pelos Solstícios e Equinócios. Outros períodos de poder acontecem exatamente entre estes períodos de poder e constituem os outros quatro Sabbats.

Muitas Tradições Wiccanas possuem nomes diferentes para os Sabbats Rituais, dependendo de sua influência cultural. Os Sabbats são normalmente conhecidos como:
• Imbolc ou Candlemas (2 de fevereiro)
• Equinócio de Primavera ou Dia da Dama (21 de março)
• Bealtaine/Beltane ou Roodmas (30 de abril)
• Meio de Verão ou Solstício de Verão (22 de junho)
• Lughnasadh ou Lammas (31 de julho)
• Equinócio de Outono (21 de setembro)
• Samhain ou Hallowmas (31 de outubro)
• Yule ou Solstício de Inverno (22 de dezembro)

Herbalismo
Os antigos ensinamentos nos dizem que em todas as coisas reside uma consciência viva chama Mana ou Numen. Do mesmo modo que os humanos são almas encapsuladas num corpo físico, também as plantas possuem uma centelha divina em seu interior (assim como as pedras, árvores e todos os objetos inanimados). É o poder do Numen ou Mana de uma planta que é empregado na magia e nos encantamentos. Os antigos criaram uma tabela de correspondências para diversas plantas aferindo a elas certas qualidades.

A energia coletiva do Numen ou Mana em um ambiente como uma floresta ou um lago é responsável pelo sentimento de tranqüilidade que experimentamos em tais locais. Por isso muitas pessoas apreciam acampar ou fazer caminhadas. É também isso que nos atrai a determinadas áreas ou nos influenciam quando escolhemos um local para sentar ou estacionar o carro. Em tais casos, estamos respondendo às emanações harmoniosas do Numen ou Mana.

Em termos remotos, só espíritos da Natureza eram associados ao campos e bosques. Acreditava-se que o poder de diversas ervas derivava do contato com fadas e outras criaturas sobrenaturais. Cria-se também que certos corpos planetários, inclusive o Sol e a Lua, energizavam várias ervas. Dizia-se que a propriedade metafísicas etéreas da Lua passavam poder às ervas. Essa era uma das razões pelas quais se ensinava que as ervas só poderiam ser colhidas sob a lua cheia.

Familiares
É uma antiga crença que diz que uma relação psíquica pode ser estabelecida entre um humano e um animal (ou espírito). Descreve-se quem estabelece entre um humano e um animal (ou espírito). Descreve-se quem estabelece tal relação como possuidor de um espírito familiar. Esse conceito remonta aos distantes dias xamânicos dos totens animais associados aos clãs humanos. Cada clã acreditava que um determinado animal protegia e auxiliava seus membros. Isso não difere muito de algumas tribos de índios americanos que atribuíam a si mesmas o nome de diversas criaturas.

Acreditava-se que o uso de uma pena ou pele de animal emprestava à pessoa que a usasse as qualidades do animal em questão. A pessoa imitava o animal para despertar o poder que residia na pena ou pele, etc. Ela ficaria familiar com o espírito do animal, e, uma vez que esse poder podia ser facilmente invocado, dizia-se que essa pessoa possuía um espírito familiar.

Posteriormente, esse conceito foi expandido para incluir o estabelecimento de um elo psíquico com uma criatura viva. O espírito vivo da criatura era capaz de possuir o xamã ou ser enviado em forma espiritual para auxilia-lo em algum trabalho de magia. Durante a Idade Média, essa era a relação mais comum com um familiar, e é a base da clássica imagem da bruxa e seu familiar como retratado na arte.

Adivinhação
A adivinhação é a habilidade de discernir o que o futuro nos reserva. Na verdade, ela nos permite prever o que acontecerá se todos os fatores permanecerem constantes. Os instrumentos para a adivinhação nos permitem vislumbrar os padrões que se formam, os quais por sua vez resultam numa manifestação particular de uma situação específica. Assim, a adivinhação permite que nos preparemos para o que está por vir ou para agir e alterar os padrões, evitando assim a situação.

Algumas pessoas crêem que o futuro é imutável e aceitam a teoria da predestinação. Se assim fosse, então tudo estaria num piloto automático e ninguém teria a liberdade de escolha pessoal. Outros acreditam que os maiores eventos de nossas vidas, como o casamentos, filhos, acidentes e a morte são predestinados, mas temos liberdade de escolha no dia-a-dia. A Doutrina Misteriosa nos diz que o padrão de energia básica de nossas vidas é preestabelecido (como nos mostra a arte da Astrologia), mas que podemos alterá-lo (como na arte da magia e no dom do livre-arbítrio) como nos aprouver.

Na crença da Antiga Wicca, o futuro ainda não está definido, mas o padrão é estabelecido pela malha astral e se manifestará se nada o alterar. Tudo o que se manifesta na dimensão física é antes formado na dimensão astral. Essa é uma das chaves da magia. A adivinhação nos permite vislumbrar o padrão astral e ver o que se formou no material astral. A Astrologia nos fornece uma visão geral do que nos espera se nada mudar em nosso trajeto.

Os instrumentos mais comuns empregados nas artes divinatórias são: cartas de tarô, pedras de runas, psicometria, visões em cristais e leitura de sinais e agouros. Técnicas como quiromancia e frenologia são agrupadas na categoria psicometria.

Poder Pessoal
Reza um antigo ensinamento que o corpo humano contém zonas de energia. Essa zonas podem ser aplicadas e acessadas para gerar poder pessoal com uma finalidade de magia. No Misticismo Oriental, esses centros são chamados de chackras, e ensina-se que há sete zonas como essas no corpo humano. Na Wicca, o conceito é o mesmo, mas os chackras são normalmente chamados de centros de poder pessoal.

O primeiro centro se localiza na coroa do crânio e é visto como o ponto de encontro da consciência humana e divina. O segundo fica no centro da fronte, imediatamente acima e entre os olhos. É muitas vezes chamado de terceira visão, pois acredita-se que a soma dos cinco sentidos humanos seja amplificada pela glândula pineal, e que isso produz um sexto sentido de visão e percepção psíquicas.

O terceiro centro se localiza na região da garganta e é envolvido na influência dos tons e vibrações que por sua vez afetam os padrões de energia. O quarto se localiza na região do coração e está relacionado ao padrões de energia de sentimento, sendo portanto constantemente associado a nossos sentimentos acerca de locais e situações. O quinto centro está localizado no plexo solar e é o centro através do qual a alma obtém sustento a partir da energia etérea com a dimensão física.

O sexto centro fica logo abaixo do umbigo e é conhecido como o centro de poder pessoal. É a esse ponto que associamos nossa própria energia, ou a falta dela. Isso é normalmente sentido por um friozinho na barriga quando nos deparamos com um desafio (como uma importante entrevista profissional). O sétimo centro fica na área genital e é associado à energia em forma pura; em outras palavras, é energia bruta.

O grau de vibração desses centros, bem como a harmonia entre eles, cria um campo de energia ao redor do corpo humano conhecido como aura. A aura é a representação energética de quem e o que somos. Quando conhecemos alguém e imediatamente sentimos empatia ou antipatia, estamos respondendo à energia da aura.

Fonte: Livro Mistérios Wiccanos, de Raven Grimassi

O QUE É WICCA?


Wicca é uma religião neopagã influenciada por crenças pré-cristãs e práticas da Europa ocidental que afirma a existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que inteiram a natureza, e que celebra os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats, dos quais ocorrem, normalmente, oito vezes por ano.[1] Autoridades como Alex Sanders referem-se a ela como religião natural, "a mais antiga do mundo".[2] É muitas vezes referida como Witchcraft (em português: "bruxaria") ou the Craft[3] por seus seguidores, que são conhecidos como Wiccanos ou Bruxos. Suas origens contestadas residem na Inglaterra no início do século XX,[4] mas foi popularizada nos anos 50 por Gerald Gardner, que na época chamava a religião de "culto às bruxas" e "bruxaria", e seus seguidores "a Wica".[5] A partir dos anos 60 seu nome foi normalizado para "Wicca".[6]

A Wicca é uma religião politeísta, de culto basicamente dualista, que crê tradicionalmente na Mãe tríplice e no Deus Cornífero, ou religião matriarcal de adoração à Deusa mãe. Estas duas deidades são muitas vezes vistas como facetas de uma divindade panteísta maior, ou que se manifestam como várias divindades politeístas. A Wicca também envolve a prática ritual da mágica, em grande parte influenciada pela magia cerimonial do passado, muitas vezes em conjunto com um código de moralidade liberal conhecida como a Wiccan Rede, embora não seja uma regra. Embora algumas tradições adorem o celta Cernunnos, símbolo da virilidade, e por vezes seja confundida com Satanismo, os wiccanos não crêem em Lúcifer ou em Satã.[2]

Existem diversas tradições dentro da Wicca. Algumas, como a Wicca Gardneriana e a Alexandrina, seguem a linhagem iniciática de Gardner; ambas são frequentemente denominadas de wicca tradicional britânica, e muitos dos seus praticantes consideram que o termo "Wicca" possa ser aplicado unicamente a elas. Outras, como o cochranianismo, Feri e a Tradição Diânica, tomam como principal influência outras figuras e não insistem em qualquer tipo de linhagem iniciática. Alguns destes não usam o termo "Wicca", preferindo "Bruxaria", enquanto outros crêem que todas estas tradições podem ser consideradas wiccanas.[7][8]

A Lei Tríplice é considerada a maior lei da Wicca. Mas o que é a lei Tríplice?


Lei Tríplice

É comum os wiccans dizerem frases, do tipo: “faça o que quiseres, se for para o bem” e outras frases, que ouvidas ou lidas por pessoas leigas em Wicca, podem ser mal interpretadas e podem levar estes leigos a pensar que nossa religião não tem qualquer tipo de controle, pois “Tudo é Permitido!”, o que sabemos que não é verdade!

A verdade é que temos a Lei Tríplice, a única Lei Wiccan, que na verdade é a mais completa, das 200.000 que poderiam existir.

Esta Lei se baseia no princípio de que tudo que fizermos retornará para nós (aquele que pratica o ato) 3 vezes maior do que fizemos inicialmente.

Veja, se desejarmos, por exemplo, que uma determinada pessoa caia e quebre o nariz, pode ter certeza que mesmo demorando este desejo inicial retornará 3 vezes maior fazendo com que você (que desejou) caia, quebre o nariz, os braços e a cabeça!

É claro que isto é apenas um exemplo, mas acho que serve para você entender o significado da Lei Tríplice.

Devemos tomar muito cuidado com tudo o que fazemos na Wicca, pois o que pensamos estar certo pode voltar como uma bomba sobre nós.

Muitas vezes você pode interferir, sem saber, na vida de uma pessoa ou no curso natural das coisas ao seu redor. Esta interferência pode ser ruim para o caminhar natural das coisas ou pessoas.

Já parou para pensar que as pessoas têm seu livre arbítrio para fazer ou deixar de fazer o que bem entender?

Antes de ajudar uma pessoa que se encontra enferma numa maca de hospital, você precisa ter o consentimento dela, pois a SUA vontade de que ela melhore e saia do hospital pode ser contrária à da pessoa que quer mais é morrer, porque não vê mais sentido em nada!

O mesmo se aplica àquelas pessoas que por amor ou loucura, não sei, quer “amarrar”, ou seja, obrigar uma pessoa, que nem sabe que ela existe, ficar de “4”, perdidamente apaixonado e cego de amores...Acha isto certo? Acho que não, né? Pior ainda quando estas pessoas loucas de amor decidem fazer feitiços usando as energias e procedimentos mirabolantes para conseguir o que quer! E Conseguem!!!!!! Não é novidade nenhuma escutar casos de casamentos desfeitos e tragédias homéricas por causa destas ações. Com certeza, o troco chegará, cedo ou tarde, mas, chegará!

Para estas pessoas, um recadinho: CUIDADO!!!

Claudiney Pietro, em seu livro “Wicca – Ritos e Mistérios da bruxaria moderna”, diz o seguinte:

“Quando interferimos no livre arbítrio de uma pessoa estamos efetuando um ato negativo contra a pessoa e contra nós mesmos. Quando um Bruxo faz isso, está trabalhando com a Baixa Magia, e ele pagará caro, pois o Universo nos retribui tudo o que emitimos aos outros numa escala de 3.”

Ponha uma coisa em sua cabeça: NO UNIVERSO HÁ A FAMOSA LEI DO REFLEXO, OU SEJA, TUDO QUE VOCÊ FAZ, VOLTA PARA VOCÊ MESMO E MUITO MAIS FORTE! Ponto final e não discutamos mais sobre esta questão.

Claudiney, prossegue afirmando que os feitiços são parte integrante do núcleo operacional da Wicca. Este feitiço é colocado pelo autor como sendo “um conjunto de técnicas e conhecimentos específicos que quando colocados em prática, enviam uma projeção mental ao Universo”...”Um feitiço age DIRETAMENTE com a natureza”... “Tudo na natureza é vivo e possui energias específicas acumuladas”...”quando canalizadas corretamente, passam à agir em benefício daqueles que sabem utilizá-las”.

Você precisar ser consciencioso quando usar suas energias em seus ritos. Tenha em mente que apesar de muitas vezes esquecermos deste detalhe, NÃO SOMOS SENHORES DA MAGIA, DAS PESSOAS E DAS SITUAÇÕES!

Scott Cunningham em seu livro Guia Essencial da Bruxa Solitária dá algumas dicas de como você utilizar bem seu poder evitando assim, ser punido por seu mal uso. Vamos a elas:

1. O Poder não deve ser usado para gerar danos, males ou para controlar os outros. (Se surgir necessidade para tais atos, o Poder deverá ser usado APENAS para proteger sua vida ou de outros);

2. O Poder só deve ser utilizado conforme as necessidades;

3. O Poder pode ser utilizado em seu benefício, desde que ao agir não prejudique ninguém;

4. Não é sábio aceitar dinheiro para utilizar o Poder, pois ele rapidamente controla o que o recebe. Não seja como os de outras religiões;

5. Não utilize o Poder por motivo de orgulho, pois isto desvaloriza os mistérios da Wicca e da magia;

6. Lembre-se sempre de que o Poder é um Dom sagrado da Deusa e do Deus, e não deve JAMAIS ser mal usado ou abusado;

Agora vai minha dica: antes de agir em favor ou contra algo ou alguém, pare, reflita em cada uma destas dicas de Scott Cunningham e veja se não fere nenhuma. Se estiver tudo certo, siga tranqüilo

Fonte Bibliográfica: CUNNINGHAM, Scott: Guia Essencial da Bruxa Solitária, Editora Gaia; PIETRO, Claudiney: Wicca Ritos e Mistérios da Bruxaria Moderna, Editora Germinal

A Lei

1. Somos da Antiga Tradição, daqueles que caminham com a Deusa e com o Deus e recebem seu amor.

2. Conserve o Sabbats e Esbats para melhorar suas habilidades, caso contrário, diminuirá sua conexão com a Deusa e com o Deus.

3. Mal nenhum. Esta é a antiga lei e ela não está aberta para interpretações ou mudanças.

4. Que não jorre ou caia sangue nos rituais; a Deusa e o Deus não precisam de sangue para que sejam adorados de maneira apropriada.

5. Aqueles da nossa Tradição são bons com todas as criaturas, no entanto, aqueles que têm pensamentos negativos e nos esgotam inteiramente, não são dignos de nossa perda de energia. A miséria é auto-imposta, assim sendo, também a alegria, portanto crie alegria e despreze a miséria e a infelicidade. E tudo isto com sua força interior. Não há mal algum.

6. Ensine somente aquilo que você sabe, dê o melhor de si, para aqueles estudantes que você escolheu, mas não passe conhecimento para aqueles que poderiam usar seus ensinamentos para destruir ou controlar. Além disso, ensine sem vangloriar-se, se lembre sempre: aquele que ensinar por vaidade conseguirá somente um pouco de orgulho por seu trabalho; mas aquele que ensinar por amor será envolvido pelos braços da Deusa e do Deus.

7. Sempre se lembre disso se você pretende estar dentro da Tradição, mantenha a Lei próxima a seu coração, pois é a natureza do Wicca manter a Lei.

8. Se a necessidade chegar, nenhuma lei poderá ser modificada ou descartada, e se novas leis forem escritas para substitui-las, contanto que estas novas leis não descaracterizem as antigas: não há mal algum.

9. Bençãos do Deus e da Deusa para todos.

terça-feira, 8 de março de 2011

O QUE É MAGIA




Magia (não confundir com mágica ou truque) antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, magus ou magi, que significa sábio. Da palavra "magi" também surgiram outras tais como "magister", "magista", "magistério", "magistral", "magno", etc. Também pode significar algo que exerce fascínio, num sentido moderno, como por exemplo quando se fala da magia do cinema.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.